90 anos depois de Outubro <br>a luta continua
Este ano o espaço internacional da Festa do Avante! dá especial atenção aos 90 anos da Revolução de Outubro, deixando uma convicção e uma mensagem de esperança: a luta dos povos contra o imperialismo e pelo socialismo continua. Na jornada de trabalho do fim-de-semana, o Avante! foi saber mais sobre a programação daquele espaço.
«Nos 90 anos da Revolução de Outubro, a luta dos trabalhadores e dos povos pela paz, a democracia, o progresso e o socialismo» será o tema do Espaço Internacional nesta 31.ª Festa do Avante!. Neste espaço – decorado simbolicamente a vermelho, negro e amarelo – estará patente uma exposição alusiva a este acontecimento maior da história da humanidade.
Segundo Ângelo Alves, da Comissão Política, a exposição vai versar sobretudo sobre o impacte que a Revolução de Outubro teve em todo o mundo, «não só nos países que entretanto empreenderam a tarefa de construir o socialismo, mas também nos países capitalistas e nos povos que lutavam pela sua libertação do colonialismo». Na mostra será traçado o período histórico que vai de 1917, e da Revolução, até aos dias de hoje, quinze anos depois da queda do sistema socialista no Leste da Europa.
Ângelo Alves afirma que na exposição se destaca a ideia de que hoje, «apesar da alteração da correlação de forças, os povos continuam em luta contra o neoliberalismo, a guerra e o militarismo». Esta ideia é, ela própria, uma «mensagem de esperança de que 90 anos depois, a grande tarefa que se coloca aos trabalhadores e aos povos do mundo é a necessidade de continuar essa luta para empreender a construção de sociedades socialistas».
O 40.º aniversário da caída em combate de Ernesto «Ché» Guevara na guerrilha boliviana será também alvo de uma exposição patente no Espaço Internacional. Esta exposição nasceu de uma ideia conjunta entre o Partido Comunista Português e o Partido Comunista de Espanha para assinalar esta data. As vinte fotografias vieram directamente do Museu da Revolução de Havana e retratam o revolucionário argentino em vários períodos da sua vida e actividade política – da juventude à guerrilha boliviana, passando pela Sierra Maestra e pelas funções de ministro.
Para Ângelo Alves, esta homenagem a «Ché» Guevara tem uma importância acrescida, pois está em curso na Europa uma campanha contra Cuba, que ganha nova actualidade com a Presidência portuguesa da União Europeia. Assim, prossegue, esta homenagem ao revolucionário argentino é também uma reafirmação do PCP da solidariedade para com Cuba e a sua revolução.
Debater o mundo
Como é habitual, os debates marcam também o Espaço Central. Este ano, voltam a ser três, sobre outros tantos assuntos da actualidade internacional. Um dos temas em debate, no sábado à tarde, será a luta do povo do Sahara Ocidental. Participam representantes da Frente Polisario e portugueses que visitaram recentemente os territórios ocupados por Marrocos.
«Este é um debate com grande actualidade, tendo em conta as evoluções negativas na política externa portuguesa em relação ao Sahara Ocidental, expressas na última cimeira luso-marroquina», afirmou Ângelo Alves. Nessa cimeira, acusou, o Governo português deu, na prática, apoio à proposta marroquina de «autonomia» para aquele território. Tal apoio nega o direito à autodeterminação do povo saharaui, realçou.
Portugal considerou a ocupação da República Árabe Saharaui Democrática um conflito entre a Argélia e Marrocos. Depois afirmou que face ao envolvimento de vizinhos estratégicos, o nosso País marcaria a sua postura por uma «estrita imparcialidade», denunciou o dirigente do Partido. «Como se fosse possível ser-se imparcial quando se trata da autodeterminação dos povos», rematou.
Num outro debate, mais tarde no mesmo dia, estará à discussão a situação na América Latina. Presentes estarão representantes dos partidos comunistas do Brasil, de Cuba, da Venezuela e da Colômbia. Este debate, realçou Ângelo Alves, «tem a actualidade evidente por discutir a ebulição» que se vive naquele subcontinente.
Domingo haverá outro debate, mais atípico no Espaço Internacional, normalmente dedicado à solidariedade com povos específicos. Mas não é, por isso, menos central, o tema em discussão: o desenvolvimento económico, nomeadamente das chamadas «economias emergentes». Para Ângelo Alves, é importante perceber o modo como estas economias se estão a desenvolver para compreender a rearrumação de forças ao nível internacional. A debater esta questão estarão representantes do Brasil, da China e da Rússia.
Também sobre questões internacionais, mas no Pavilhão Central, realiza-se um debate sobre as questões da militarização, nomeadamente da União Europeia.
A Festa da solidariedade
Não só no Espaço Internacional se prestará solidariedade com a luta dos povos do mundo contra o imperialismo e pela democracia e o socialismo. Segundo adiantou Ângelo Alves, está-se a trabalhar com várias organizações regionais para que, um pouco por toda a Festa, seja prestada solidariedade com várias delegações presentes na Festa, em particular com as delegações de Cuba e do Líbano.
Cuba, este ano, conta com uma delegação ao mais alto nível. Estará na Festa um alto dirigente do Partido Comunista de Cuba, deputado na Assembleia Nacional e director do Granma, órgão central do PCC. O representante cubano tem ainda a particularidade de ser dirigente da Associação de Amizade Cuba-Portugal. O PC do Líbano far-se-á representar pelo seu secretário-geral.
Mas a solidariedade dos comunistas portugueses não será apenas dirigida a estes dois povos. Por todo o Espaço Internacional, revela Ângelo Alves, para além das alusões ao aniversário da Revolução de Outubro, haverá inscrições de solidariedade com os povos de Cuba, Venezuela, Sahara Ocidental, Palestina ou Timor-Leste. Mas também serão vincadas outras questões de interesse para o PCP, como a recusa do novo tratado da União Europeia e da corrida aos armamentos.
A cerca de quinze dias da Festa, valorizou o membro da Comissão Política, está confirmada a presença de cerca de quarenta delegações estrangeiras, um número que se aproxima do número final de delegações presentes em edições anteriores (ver caixa). E ainda podem surgir mais, destacou.
Quanto aos espaços, serão 29 os stands políticos, restaurantes e bares de 26 partidos e organizações estrangeiras, para além das representações da Associação de Amizade Portugal-Cuba, da Associação Iuri Gagarine e dos comunistas que intervêm no Conselho Português para a Paz e Cooperação. De destacar ainda a presença pela primeira vez de um espaço do Partido Comunista do Brasil, com bar e restaurante, e a consolidação da participação da Frente Polisario e do PC do Uruguai, a par de outros importantes partidos cuja representação na Festa do Avante! é frequente.
Partidos presentes
No Espaço Internacional poder-se-á visitar os seguintes espaços: PC Alemão; MPLA (Angola); PC da Bolívia; PC do Brasil; PT do Brasil; PAICV (Cabo Verde); PC do Chile; PC da China; PC Colombiano; PT da RPD Coreia; PC de Cuba; Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional (El Salvador); PC de Espanha; Bloco Nacionalista Galego (Galiza); Partido dos Comunistas da Catalunha; PC da Grã-Bretanha; PC da Grécia; Partido dos Comunistas Italianos (Itália); Partido da Refundação Comunista (Itália); Partido FRELIMO (Moçambique); Organização de Libertação da Palestina; PC Peruano; Frente Polisario (Sahara Ocidental); FRETILIN (Timor Leste); PC da Turquia; PC do Uruguai. Também marcarão presença o espaço da Paz e da Solidariedade e os stands da Associação de Amizade Portugal-Cuba e da Associação Iuri Gagarine.
Para além destas, está desde já confirmada a presença na Festa do Avante! de delegações dos seguintes partidos: Partido do Trabalho (Bélgica), Partido Comunista da Bielorússia, Partido Comunista da Boémia e Morávia (República Checa), AKEL (Chipre), Partido Comunista dos Povos de Espanha, Partido Comunista da Federação Russa, Partido Comunista Francês, PAIGC (Guiné-Bissau), Partido dos Trabalhadores (Irlanda), Partido Comunista Japonês, Partido Comunista Libanês, Partido Comunista da Venezuela e Partido Comunista do Vietname.
Segundo Ângelo Alves, da Comissão Política, a exposição vai versar sobretudo sobre o impacte que a Revolução de Outubro teve em todo o mundo, «não só nos países que entretanto empreenderam a tarefa de construir o socialismo, mas também nos países capitalistas e nos povos que lutavam pela sua libertação do colonialismo». Na mostra será traçado o período histórico que vai de 1917, e da Revolução, até aos dias de hoje, quinze anos depois da queda do sistema socialista no Leste da Europa.
Ângelo Alves afirma que na exposição se destaca a ideia de que hoje, «apesar da alteração da correlação de forças, os povos continuam em luta contra o neoliberalismo, a guerra e o militarismo». Esta ideia é, ela própria, uma «mensagem de esperança de que 90 anos depois, a grande tarefa que se coloca aos trabalhadores e aos povos do mundo é a necessidade de continuar essa luta para empreender a construção de sociedades socialistas».
O 40.º aniversário da caída em combate de Ernesto «Ché» Guevara na guerrilha boliviana será também alvo de uma exposição patente no Espaço Internacional. Esta exposição nasceu de uma ideia conjunta entre o Partido Comunista Português e o Partido Comunista de Espanha para assinalar esta data. As vinte fotografias vieram directamente do Museu da Revolução de Havana e retratam o revolucionário argentino em vários períodos da sua vida e actividade política – da juventude à guerrilha boliviana, passando pela Sierra Maestra e pelas funções de ministro.
Para Ângelo Alves, esta homenagem a «Ché» Guevara tem uma importância acrescida, pois está em curso na Europa uma campanha contra Cuba, que ganha nova actualidade com a Presidência portuguesa da União Europeia. Assim, prossegue, esta homenagem ao revolucionário argentino é também uma reafirmação do PCP da solidariedade para com Cuba e a sua revolução.
Debater o mundo
Como é habitual, os debates marcam também o Espaço Central. Este ano, voltam a ser três, sobre outros tantos assuntos da actualidade internacional. Um dos temas em debate, no sábado à tarde, será a luta do povo do Sahara Ocidental. Participam representantes da Frente Polisario e portugueses que visitaram recentemente os territórios ocupados por Marrocos.
«Este é um debate com grande actualidade, tendo em conta as evoluções negativas na política externa portuguesa em relação ao Sahara Ocidental, expressas na última cimeira luso-marroquina», afirmou Ângelo Alves. Nessa cimeira, acusou, o Governo português deu, na prática, apoio à proposta marroquina de «autonomia» para aquele território. Tal apoio nega o direito à autodeterminação do povo saharaui, realçou.
Portugal considerou a ocupação da República Árabe Saharaui Democrática um conflito entre a Argélia e Marrocos. Depois afirmou que face ao envolvimento de vizinhos estratégicos, o nosso País marcaria a sua postura por uma «estrita imparcialidade», denunciou o dirigente do Partido. «Como se fosse possível ser-se imparcial quando se trata da autodeterminação dos povos», rematou.
Num outro debate, mais tarde no mesmo dia, estará à discussão a situação na América Latina. Presentes estarão representantes dos partidos comunistas do Brasil, de Cuba, da Venezuela e da Colômbia. Este debate, realçou Ângelo Alves, «tem a actualidade evidente por discutir a ebulição» que se vive naquele subcontinente.
Domingo haverá outro debate, mais atípico no Espaço Internacional, normalmente dedicado à solidariedade com povos específicos. Mas não é, por isso, menos central, o tema em discussão: o desenvolvimento económico, nomeadamente das chamadas «economias emergentes». Para Ângelo Alves, é importante perceber o modo como estas economias se estão a desenvolver para compreender a rearrumação de forças ao nível internacional. A debater esta questão estarão representantes do Brasil, da China e da Rússia.
Também sobre questões internacionais, mas no Pavilhão Central, realiza-se um debate sobre as questões da militarização, nomeadamente da União Europeia.
A Festa da solidariedade
Não só no Espaço Internacional se prestará solidariedade com a luta dos povos do mundo contra o imperialismo e pela democracia e o socialismo. Segundo adiantou Ângelo Alves, está-se a trabalhar com várias organizações regionais para que, um pouco por toda a Festa, seja prestada solidariedade com várias delegações presentes na Festa, em particular com as delegações de Cuba e do Líbano.
Cuba, este ano, conta com uma delegação ao mais alto nível. Estará na Festa um alto dirigente do Partido Comunista de Cuba, deputado na Assembleia Nacional e director do Granma, órgão central do PCC. O representante cubano tem ainda a particularidade de ser dirigente da Associação de Amizade Cuba-Portugal. O PC do Líbano far-se-á representar pelo seu secretário-geral.
Mas a solidariedade dos comunistas portugueses não será apenas dirigida a estes dois povos. Por todo o Espaço Internacional, revela Ângelo Alves, para além das alusões ao aniversário da Revolução de Outubro, haverá inscrições de solidariedade com os povos de Cuba, Venezuela, Sahara Ocidental, Palestina ou Timor-Leste. Mas também serão vincadas outras questões de interesse para o PCP, como a recusa do novo tratado da União Europeia e da corrida aos armamentos.
A cerca de quinze dias da Festa, valorizou o membro da Comissão Política, está confirmada a presença de cerca de quarenta delegações estrangeiras, um número que se aproxima do número final de delegações presentes em edições anteriores (ver caixa). E ainda podem surgir mais, destacou.
Quanto aos espaços, serão 29 os stands políticos, restaurantes e bares de 26 partidos e organizações estrangeiras, para além das representações da Associação de Amizade Portugal-Cuba, da Associação Iuri Gagarine e dos comunistas que intervêm no Conselho Português para a Paz e Cooperação. De destacar ainda a presença pela primeira vez de um espaço do Partido Comunista do Brasil, com bar e restaurante, e a consolidação da participação da Frente Polisario e do PC do Uruguai, a par de outros importantes partidos cuja representação na Festa do Avante! é frequente.
Partidos presentes
No Espaço Internacional poder-se-á visitar os seguintes espaços: PC Alemão; MPLA (Angola); PC da Bolívia; PC do Brasil; PT do Brasil; PAICV (Cabo Verde); PC do Chile; PC da China; PC Colombiano; PT da RPD Coreia; PC de Cuba; Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional (El Salvador); PC de Espanha; Bloco Nacionalista Galego (Galiza); Partido dos Comunistas da Catalunha; PC da Grã-Bretanha; PC da Grécia; Partido dos Comunistas Italianos (Itália); Partido da Refundação Comunista (Itália); Partido FRELIMO (Moçambique); Organização de Libertação da Palestina; PC Peruano; Frente Polisario (Sahara Ocidental); FRETILIN (Timor Leste); PC da Turquia; PC do Uruguai. Também marcarão presença o espaço da Paz e da Solidariedade e os stands da Associação de Amizade Portugal-Cuba e da Associação Iuri Gagarine.
Para além destas, está desde já confirmada a presença na Festa do Avante! de delegações dos seguintes partidos: Partido do Trabalho (Bélgica), Partido Comunista da Bielorússia, Partido Comunista da Boémia e Morávia (República Checa), AKEL (Chipre), Partido Comunista dos Povos de Espanha, Partido Comunista da Federação Russa, Partido Comunista Francês, PAIGC (Guiné-Bissau), Partido dos Trabalhadores (Irlanda), Partido Comunista Japonês, Partido Comunista Libanês, Partido Comunista da Venezuela e Partido Comunista do Vietname.